quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ciclo de Palestras para alunos da pós-graduação FMUSP

Olá Professores, Secretárias e Colegas

Vamos iniciar um ciclo de palestras para alunos da pós-graduação FMUSP com a Palestra Escrita Científica ministrada pelo Prof. Gilson Volpato da UNESP.

As inscrições (80 vagas) para esta palestra podem ser feitas pelo link abaixo:



O ciclo continuará com as seguintes palestras mensais no segundo semestre de 2011:

Agosto
A pós-graduação e o ensino superior. Prof. Aluísio Augusto Cotrim Segurado e Prof. Mário Terra Filho (CPG-FMUSP).

Setembro
Administração da vida científica. Prof. Dr. Gilson Volpato (UNESP).

Outubro
Internacionalização da pós-graduação. Professor a confirmar.

Novembro
Processos na CAPPesq e na Comissão de Ética da FMUSP. Professor a confirmar.


Por favor divulguem para os alunos da PG da FMUSP.

Obrigado pelo auxílio.
Augusto César Ferreira de Moraes - http://lattes.cnpq.br/1475428568161112
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação em Ciências - Departamento de Pediatria

Representante Discente na Congregação da Faculdade de Medicina e do Departamento de Pediatria
GEPEMENE - Grupo de Estudo e Pesquisa em Metabolismo, Nutrição e Exercício.
GEPECIN - Grupo de Estudo e Pesquisa em Ciências da Nutrição.
OLFIS - Grupo Latinoamericano de Investigaciones Epidemiológicas.

Ciclo de Palestras da Pós-Graduação FMUSP

Método Lógico para Redação Científica Internacional - O curso será sobre a estruturação lógica de um artigo científico, por meio de uma demonstração da sequência correta, conexões lógicas e elementos fundamentais para um bom texto científico. O curso será ministrado pelo Prof. Dr. Gilson Volpato. O prof. Gilson é biólogo, doutor em Zoologia (UNESP - Rio Claro, 1986), com Pós-Doutorado (Agricultural Research Organization, Israel, 1992). É pesquisador de produtividade em pesquisa pelo CNPq (nível 1C), tem se dedicado há 25 anos no estudo e ensino da redação científica no Brasil em paralelo aos seus estudos sobre o bem-estar animal. Dessa sua vivência resultaram cinco livros sobre redação e publicação científica. O curso será realizado nos dias 07 e 08 de junho no prédio principal da FM - anfiteatro dos paramédicos - 4° andar sala 4303. Os horários são das 9h as 12h, 13:30 as 17h.

Inscrições:
https://spreadsheets.google.com/spreadshee/viewform?formkey=dG13WFIwT1o2Tm1LSzBfNlVOV1VCSHc6MQ


terça-feira, 17 de maio de 2011

ANPG se posiciona contra cancelamento de bolsas e em defesa de pós-graduandos



(Fonte: SBPC - JORNAL DA CIÊNCIA)


Manifestação se refere à nota da Capes e CNPq sobre a Portaria Conjunta nº 1, de 2/7/2010.

Diante da polêmica gerada pela nota de esclarecimento publicada pela Capes e pelo CNPq em 2 de maio último acerca da Portaria Conjunta n° 1, de julho de 2010, que permitiu o acúmulo de bolsas de pesquisa com atividade remunerada, a ANPG vem a público esclarecer sua posição contrária à interpretação e consequentes encaminhamentos tomados pelas agências e se coloca ao lado dos/as estudantes de pós-graduação em defesa de seus direitos.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) autorizaram o acúmulo de bolsas de pesquisa com atividade remunerada por meio da Portaria Conjunta n° 1 de 16 de julho de 2010. Em 2 de maio de 2011, entretanto, as agências publicaram uma nota de esclarecimento acerca desta Portaria que trás uma novidade: pela nova interpretação, pessoas com vínculo empregatício antes do recebimento da bolsa não se encaixam no perfil descrito pela medida, que atende, segundo o esclarecimento, apenas a pessoas que adquirem vínculo empregatício após assumirem a condição de bolsista.

A nota de esclarecimento da Capes e do CNPq gerou uma polêmica cuja pior consequência que vem sendo denunciada por pós-graduandos de todo o país é o cancelamento da bolsa e, em alguns casos, até mesmo o pedido de devolução do valor da bolsa recebida.

A polêmica reside no fato de que a Portaria é omissa em relação à existência do vínculo empregatício anterior ao recebimento da bolsa. Muitas pró-reitorias e programas de pós-graduação do país entenderam que se houvesse anuência do orientador, o postulante à bolsa poderia ter vínculo empregatício e, caso contemplado, poderia manter este vínculo. Dessa forma, professores, servidores públicos e certamente profissionais de diversas áreas foram contemplados com bolsas de pesquisa em todo o país, com a devida concordância de seus orientadores de que tal atividade está relacionada à pesquisa desenvolvida e que a carga horária é compatível com ela.

Assim, a nota de esclarecimento publicada em 2 de maio se configura, na prática, como uma nova regulamentação da Portaria, pois lhe impõe uma nova regra: só é aceitável vínculo empregatício após o recebimento da bolsa.

Como a Portaria foi omissa sobre a questão do vínculo empregatício anterior, a ANPG entende que grande parte da responsabilidade acerca da confusão gerada é das próprias agências: Capes e CNPq. Nenhum pós-graduando pode ser prejudicado devido a essa confusão.

Além disso, entendemos que o condicionamento do vínculo empregatício ser adquirido apenas após a concessão da bolsa é uma nova regulamentação da Portaria, que não poderia ser feita por meio de nota de esclarecimento, sem debate em qualquer instância.

Ainda, acreditamos que aqueles estudantes que foram contemplados com bolsas de pesquisa e tiveram a anuência de seus orientadores, coordenações dos programas e pró-reitorias para acumular tal benefício com atividade remunerada possuem direito adquirido a esta bolsa. E assim acreditamos porque no momento da concessão da bolsa esta era a regra estabelecida, visto que a Portaria não faz qualquer referência a proibição do benefício a estudantes que possuíssem vínculo empregatício anterior ao recebimento da bolsa.

Com base neste histórico e nesses entendimentos, manifestamo-nos:

A Associação Nacional de Pós-Graduandos se posiciona, de forma veemente, contrária a qualquer pedido de devolução das bolsas de pessoas que tenha surgido no país pelo critério de ter vínculo empregatício anterior foram consideradas irregulares. Buscaremos todas as medidas que forem cabíveis para garantir o direito de todos os bolsistas que se encontrem sob tal constrangimento;

A ANPG se posiciona, ainda, contrária ao próprio encaminhamento - apresentado sob o pretexto de esclarecimento - de proibir a concessão de bolsas para pessoas com vínculo empregatício anterior ao recebimento do benefício, pois no nosso entendimento tal medida desvirtua o próprio sentido da Portaria.

Por fim, reafirmamos nossa opinião emitida no momento da publicação da Portaria, em julho de 2010: a medida veio atender a uma demanda reprimida de centenas ou até milhares de pós-graduandos pelo país, entretanto, não admitiremos que a sua consequência seja um novo período de congelamento do valor das bolsas - que estão há três anos sem reajuste - de forma a promover a sua desvalorização.

É fundamental fortalecer o sistema nacional de bolsas, considerando o pesquisador bolsista enquanto elemento chave da produção científica nacional. A bolsa de pesquisa deve ser entendida como instrumento central de estímulo e, portanto, de elevada importância ao interesse e desenvolvimento da C,T&I no país.


ExpedienteContatoSite da SBPC

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Capes e CNPq divulgam nota sobre acúmulo de bolsa e vínculo empregatício


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Publicada por Assessoria de Imprensa da Capes
Sexta, 15 de Abril de 2011 17:30

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) CNPq, devido à interpretação errônea que algumas instituições de ensino superior estão fazendo acerca da Portaria Conjunta Capes/CNPq n° 01 de 15/07/2010, que trata de acúmulo de bolsas de mestrado e doutorado com vínculo empregatício, vínculo este adquirido pelo bolsista já no gozo da condição de aluno-bolsista da Capes ou do CNPq, fazem alguns esclarecimentos.

Acesse aqui o documento.








http://www.capes.gov.br/servicos/sala-de-imprensa/36-noticias/4510-capes-e-cnpq-divulgam-nota-sobre-acumulo-de-bolsa-e-vinculo-empregaticio

segunda-feira, 7 de março de 2011

"No Brasil, Albert Einstein nunca seria pesquisador 1A, porque escreveu um número muito pequeno de trabalhos"

http://www.cartacapital.com.br/politica/nicolelis-e-a-comissao-da-ciencia-brasileira-estrategias-para-o-futuro

Nicolelis e a Comissão da Ciência Brasileira: Estratégias para o futuro

Viomundo 6 de março de 2011 às 12:37h
Por Conceição Lemes
Ao pensar o futuro da ciência no Brasil, boa parte dos pesquisadores brasileiros volta os olhos, automaticamente, sem pestanejar, para Estados Unidos, Europa e Ásia. Miguel Nicolelis, um dos mais respeitados neurocientistas do mundo, mira em outro alvo.
Professor e pesquisador na Universidade Duke, Nicolelis é apaixonado pelo Brasil e nosso povo. Membro das academias Brasileira, Francesa e do Vaticano de Ciências e ganhador de 38 prêmios internacionais, entre os quais dois dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos, ele vive na “ponte aérea” Durham, Carolina do Norte – Macaíba, Rio Grande do Norte, onde implantou o Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lilly Safra (IINN-ELS).
É uma infatigável usina de propostas inovadoras, que funciona a mil por hora.
Tanto que, em 23 de novembro de 2010, divulgou aqui, em primeira mão, o Manifesto da Ciência Tropical: Uso democrático da ciência para transformação social e econômica do Brasil.
Agora, três meses depois, se lança a mais este desafio: a Comissão do Futuro da Ciência Brasileira, anunciada nesta quinta-feira, 3 de março, em meio a uma porção de crianças do bairro Cidade Esperança, periferia de Natal, numa escola de educação científica para alunos do IINN-ELS. Escola que nasceu justamente com a proposta de descentralizar a produção da ciência brasileira.
“O objetivo é fazer um diagnóstico profundo estado atual da ciência brasileira, recomendar soluções para seus problemas e propor um plano estratégico para os próximos 10 anos”, afirma Nicolelis, convidado pelo ministro da Ciência e Tecnologia (MCT), Aloizio Mercadante, para criar a comissão e presidi-la. “Esperamos que a ciência brasileira dê um salto qualitativo que lhe possibilite ser protagonista no cenário científico mundial e possa contribuir com a sociedade.”
“A comissão será independente, e os seus membros trabalharão voluntariamente”, frisa. “A escolha dos membros foi feita exclusivamente por mim.”
A Comissão do Futuro da Ciência Brasileira será composta por:
Presidente: Miguel A. L. Nicolelis, Duke University e ELS-IINN
Membros efetivos
- Alan Rudolph, Biólogo, International Neuroscience Foundation, EUA
- Alexander Triebnigg, Médico, Presidente da Novartis, Brasil
- Conceição Lemes, Jornalista, Brasil
- Débora Calheiros, Pesquisadora, EMBRAPA, Brasil
- Jon H. Kaas, Neurocientista, Vanderbilt University, US National Academy of Science, EUA
- Luiz A. Baccalá, Engenheiro, Escola Politécnica, USP, Brasil
- Luiz Gonzaga Belluzzo, Economista, Professor Emérito UNICAMP, Brasil
- Mariano Sigman, Neurocientista, Universidade de Buenos Aires, Argentina
- Marilena Chauí, Filósofa e Professora, USP, Brasil
- Mariluce Moura, Jornalista, FAPESP, Brasil
- Mauro Copelli, Físico, UFPE, Brasil
- Patrick Aebischer, Neurocientista, Presidente da École Polytechnique Fédérale de Lausanne, Suíça
- Ricardo Abramovay, Cientista Político, FEA-USP, Brasil
- Robert Bishop, Cientista Computacional, ex-CEO da Silicon Graphics, EUA
- Ronald Cicurel, Matemático e Filósofo, Suíça
- Selma Jeronimo, Médica-pesquisadora, UFRN, Brasil
- Stevens Rehens, Biólogo, UFRJ, Brasil
- Thereza Brino, Educadora em Tecnologia da Informação, Brasil
- Victor Nussenzweig, Médico, New York University, Brasil/EUA
- William Feiereisen, Cientista Computacional, Intel, EUA
Por ser uma ação realmente fundamental, pedimos ao professor Miguel Nicolelis mais detalhes.
Viomundo – De quem foi a ideia da comissão?
Miguel Nicolelis – Do próprio ministro. Comissões internacionais são um mecanismo muito usado fora do Brasil. Aqui, vamos utilizá-la pela primeira vez para avaliar o estado atual da ciência brasileira, seus processos, mecanismos de fomento, estrutura dos institutos e órgãos de produção científica. O objetivo é fazer um profundo diagnóstico da situação, recomendar soluções e propor um plano estratégico para os próximos dez anos.
Viomundo – Quais os resultados lá fora?
Miguel Nicolelis ­– A experiência é sempre muito boa, pois são comissões independentes. Comissões de cientistas já foram utilizadas para avaliar o desastre da Challenger, outros grandes eventos, programas nacionais de ciência. Nesse sentido, é importante ressaltar que tive total liberdade de convidar tanto nomes nacionais quanto estrangeiros de uma grande gama de áreas.
Viomundo – De pronto, que problemas o senhor destacaria?
Miguel Nicolelis ­– De vários níveis. Desde as dificuldades dos processos para financiamento, os obstáculos para o jovem cientista entrar no sistema, importação de suprimentos e equipamentos até a forma como é feito o ranking dos cientistas no Brasil – uma situação esdrúxula, única no mundo.
No Brasil, há também dissociação do processo científico da sociedade. A ciência brasileira penetra muito pouco no dia a dia da população. São aspectos sociais que teremos de avaliar. Qual a missão da ciência no Brasil? Como incentivar o jovem pesquisador? Como estimular a educação cientifica na vida brasileira desde a infância? O que fazer para incentivar uma ciência que contribua para o desenvolvimento econômico e social do país?
Viomundo ­– O senhor diz que o ranking dos cientistas no Brasil é feito de uma forma esdrúxula. Por quê?
Miguel Nicolelis ­– Aqui, a ênfase é na produção numérica. Ou seja, na quantidade e não na qualidade. Em países desenvolvidos, por exemplo, nos Estados unidos, isso não existe.
Viomundo – Quais as consequências do nosso tipo de ranking?
Miguel Nicolelis ­– Esse ranking decide, por exemplo, quem vai participar dos comitês de decisão, dos órgãos de consultoria do CNPq.
Ele gera um círculo vicioso. De tal sorte que é muito difícil virar um pesquisador 1A. E, aí, o problema. Só pesquisadores 1A decidem para onde vai o dinheiro. Só os pesquisadores 1A podem ser diretores dos Institutos Nacionais de Ciência. Consequentemente, um jovem brilhante, que poderia contribuir muito para o desenvolvimento da ciência, fica alijado do processo.
Viomundo – Por favor, traduza para os leitores o que é o pesquisador 1A.
Miguel Nicolelis ­– Teoricamente eles seriam os pesquisadores mais experimentados, a elite da ciência brasileira. Só que, na realidade, isso não é necessariamente correto, porque os critérios para alguém chegar a pesquisador 1A são quantitativos número de trabalhos, de alunos orientados.
Na realidade, não há uma correlação direta entre excelência científica e o fato de ser pesquisador 1A. Muito pelo contrário. Criou-se no Brasil uma indústria de publicar sem levar em consideração a qualidade do que está sendo publicado.
O número de trabalhos, de orientandos, etc., decide a situação. Assim, pode-se ter um jovem pesquisador brilhante, com poucos orientandos, mas que publica um trabalho de grande peso na ciência mundial. Só que esse menino não pode ter os benefícios que o cientista 1A tem.
Viomundo – Essa é uma questão crucial?
Miguel Nicolelis ­– É uma questão-chave, porque é uma hierarquia que não traz beneficio algum. No Brasil, Albert Einstein nunca seria pesquisador 1A, porque escreveu um número muito pequeno de trabalhos. Só que os poucos trabalhos dele foram geniais e revolucionaram o mundo.
Assim como Einstein, outros grandes cientistas mundiais não chegariam a pesquisador 1A. E isso não existe nos Estados Unidos, na Alemanha.
Viomundo ­– É invenção brasileira?
Miguel Nicolelis ­– Acho que sim, mas não tenho certeza. A minha sensação é a de que foi uma forma de reinstituir o sistema de cátedras que foram abolidas. É uma hipótese. O fato é que criou uma elite, que determina coisas muito importantes, inclusive quem vai receber financiamento para pesquisas, que acaba prejudicando os jovens cientistas.
Ao mesmo tempo, existem gastos muito absurdos. A revisão de projetos científicos, por exemplo, custam uma fortuna no Brasil. Os pesquisadores vão para Brasília, ficam dez dias revisando um projeto! Enquanto nos EUA, onde eu participo desses comitês, gastamos um dia para revisar, no máximo, dois. E hoje em dia a maioria é feita pela internet. Assim, você economiza dinheiro para financiar pesquisas.
Viomundo – E os mecanismos de incentivo ao jovem cientista?
Miguel Nicolelis ­– São muito poucos. O Brasil não investe nos jovens, privilegia os cientistas mais estabelecidos, aqueles que estão há décadas na carreira. Enquanto no restante do mundo o incentivo é para o cientista que está começando a carreira, pois o futuro está nos jovens.
No Brasil, existe uma renovação muito pequena das lideranças científicas. Existe uma casta. Esse é um debate muito interessante, que vai poder ser feito numa comissão como a nossa.
Viomundo ­– Como vai atuar a comissão?
Miguel Nicolelis ­– O grupo brasileiro vai se reunir quatro vezes por ano, para debater as grandes questões. E duas vezes por ano essas reuniões vão ter a participação dos estrangeiros. Teremos, portanto, seis reuniões no primeiro ano. Nós vamos produzir um documento com diagnósticos e sugestões que possam guiar o desenvolvimento de políticas públicas de ciência no Brasil pela primeira vez. O tempo de atuação da comissão ainda não está definido. Mas, inicialmente, será por um ano.
Viomundo ­– A comissão vai ouvir os cientistas brasileiros?
Miguel Nicolelis ­– A nossa intenção é ouvir todos os segmentos da sociedade brasileira ligados à ciência: entidades científicas, todas as entidades de classe, estudantes de graduação, pós-graduação, doutores e cientistas.
Vamos ouvir também a sociedade em geral. Para isso, vamos usar as redes sociais, para que as pessoas comuns participem dos trabalhos da comissão, mantendo sugestões, perguntas. Vamos ter um site, Twitter, Facebook, enfim todas as ferramentas da internet que permitem a interlocução mais ampla.
Nós estamos inovando também com a presença na comissão de duas jornalistas das áreas de ciência e medicina, que vão nos permitir uma interlocução com a sociedade.
Viomundo ­– Nas comissões científicas, aliás, normalmente só tem pesquisadores consagrados de ciências exatas e naturais. A Comissão do Futuro da Ciência Brasileira abriu bastante esse leque.
Miguel Nicolelis – Realmente, do lado brasileiro, a nossa comissão tentou aumentar dramaticamente a presença de cientistas jovens, alguns no início da carreira, mas que já têm claro potencial de que se transformarão em líderes no futuro. Além disso, um grande número de áreas está representado na comissão: ciências exatas, naturais, ambientais, filósofos, matemáticos, economistas, educadores. Ou seja, nós procuramos aumentar o máximo possível o leque para poder oferecer um diagnóstico e uma sugestão de uma visão científica mais ligada à sociedade civil.
Viomundo – No começo da entrevista, o senhor disse que a ciência brasileira não tem interlocução com a sociedade. O que quer dizer com isso?
Miguel Nicolelis – Várias coisas. A ciência brasileira ainda não é feita por todos os segmentos da nossa sociedade. Não são todos os segmentos da sociedade brasileira que têm acesso à universidade e à carreira acadêmica. A disseminação do conhecimento científico não é homogênea nem no território nem na população. Os meios de produção do conhecimento científico também não estão distribuídos democraticamente. Evidentemente, do ponto de vista social, isso leva a uma restrição dessa representatividade.
Ao mesmo tempo, as benesses da ciência brasileira não alcançam homogeneamente todos os lugares do Brasil. Há concentração muito grande de produção científica na região Sudeste. Logo, é patente que os benefícios de investimentos federais, geração de patentes e de produtos científicos também se concentrem nesses estados. Já o restante do Brasil não se beneficia dessa produção de conhecimento de ponta.
São aspectos novos no debate da ciência brasileira, que começaram a aparecer há menos de uma década. Aliás, há alguns anos, não tenho a menor dúvida de que o anúncio da Comissão do Futuro da Ciência Brasileira seria feito na cidade de São Paulo, provavelmente na USP. Nessa medida, é muito emblemático que tenhamos feito esse anúncio cercado por crianças que estão dando o primeiro passo na educação científica numa escola do bairro Cidade Esperança, nome quase poético, na periferia de Natal

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Google lança plataforma de e-books com 3 milhões de obras gratuitas

Serviço trabalha com modelo “na nuvem”, no qual usuário não precisa fazer download das obras e pode acessá-las de qualquer dispositivo
Célio Yano

Google entra no mercado de livros digitais
O Google inaugurou nesta segunda-feira (6) sua aguardada loja virtual de livros eletrônicos, que recebeu o nome de “Google eBooks”. A compra de obras, por enquanto, está disponível apenas para usuários dos Estados Unidos, e a previsão é que chegue a outros países a partir do primeiro trimestre de 2011. Títulos gratuitos, entretanto, já podem ser acessados por qualquer usuário.

Ao todo, são mais de três milhões de obras grátis disponibilizadas e “centenas de milhares” pagas. “Hoje é a primeira página de um novo capítulo em nossa missão de promover acesso aos tesouros culturais e educacionais que conhecemos como livros”, anuncia o gerente de produtos do Google Abraham Murray, em um post no blog oficial da companhia.

O modelo adotado pelo se diferencia do praticado por concorrentes como a Amazon, que libera o download dos e-books após a compra. Na loja virtual da gigante de buscas, o usuário escolhe o livro e o adiciona em uma “estante” online própria que fica vinculada à sua conta no Google. Assim, ele pode acessar o conteúdo da obra por meio de qualquer dispositivo que tenha um navegador, como um computador, um smartphone ou um tablet.

Adicionalmente, o Google liberou ainda aplicativos próprios para Android e iOS que trabalham com os livros “na nuvem”. A plataforma ainda permite que o usuário compre livros diretamente de autoras e editoras independentes, que assinaram contratos com o Google para a disponibilização de seu acervo.

Fonte: Exame.com

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Notícias

USP terá novos cursos de graduação

16/12/2010

Agência FAPESP – A Universidade de São Paulo (USP) oferecerá no vestibular de 2012 duas novas graduações na capital paulista. O Conselho Universitário da USP aprovou a criação dos cursos de bacharelado em ciências biomédicas e bacharelado em saúde pública.

Na mesma sessão, no dia 14, foi aprovada também a criação de uma nova unidade de ensino e pesquisa, o Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos (IAUSC), que abrigará o curso de arquitetura e urbanismo, criado em 1985 e até então vinculado à Escola de Engenharia de São Carlos (EESC).

Segundo a USP, o bacharelado em ciências biomédicas será oferecido pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB). Serão 40 vagas e terá duração de oito semestres em período integral.

O objetivo do curso é preparar profissionais para atuar nas áreas de biofísica, imunologia, microbiologia, parasitologia, fisiologia, biologia molecular, histologia humana, bioquímica e embriologia.

Já o de bacharelado em saúde pública será oferecido pela Faculdade de Saúde Pública (FSP). Com 40 vagas e em período vespertino, o curso terá duração de oito semestres. O profissional poderá atuar no âmbito da atenção à saúde, gestão de sistemas e serviços de saúde, gestão ambiental e desenvolvimento sustentável.

Os dois cursos serão oferecidos no vestibular de 2012 da Fuvest.

Mais informações: www.usp.br